Dia Internacional da Paz, 21 de setembro 2010: Mensagem de Jean Ping, Presidente da Comissão da União Africana

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Hoje é o Dia Internatinal da Paz (Dia da Paz) proclamado pela ONU. Todos os anos desde 1982, o Dia da Paz proporcionou um ponto de encontro para as Nações Unidas e os seus Estados-Membros, bem como para a sociedade civil, sector privado e indivíduos, para unir forças para promover a paz global. Hoje, o continente Africano junta-se ao resto do mundo para comemorar o Dia da Paz.

Este ano, o Dia da Paz tem um significado especial para cada Africano. Em reconhecimento da importância de abordar o problema da paz e segurança, a União Africana designou 2010 como o "Ano de Paz e Segurança", durante a Sessão Especial sobre a Análise e Resolução de Conflitos em África, realizada em Tripoli, a 31 de Agosto de 2009. Os Chefes de Estado e de Governo fizeram conjuntamente a seguinte promessa:

"(...) Estamos determinados a acabar de uma vez por todas com o flagelo dos conflictos e da violência no nosso continente, reconhecendo as nossas falhas e erros, comprometendo os nossos recursos e as nossas melhores pessoas, e não falhando nenhuma oportunidade para fazer avançar a agenda de prevenção de conflictos, de manutenção da paz e reconstrução pós-conflito. Nós, como líderes, simplesmente não podemos delegar o fardo dos conflictos à próxima geração de Africanos."

Os Conflictos continuam a ser uma realidade dolorosa em diferentes partes do continente. O custo humano é imenso, e, na verdade, não são apenas os combatentes que sofrem; de facto, morrem mais pessoas, especialmente mulheres e crianças,pelas consequências do conflicto do que pela violência directa relacionada com o conflicto. O custo econômico é também devastador, com estimativas conservadoras a apontarem para uma perda econômica conjunta de cerca de EUA $300 bilhões desde 1990 pelos países Africanos afectados por conflictos. Na verdade, os conflictos continuam a ser um dos maiores impedimentos para o desenvolvimento sustentável na África de hoje.

Para melhorar os padrões de vida do nosso povo e eliminar a pobreza, devemos pôr fim aos conflictos. Sem paz, não podemos erradicar a pobreza. Simplificando, a paz é um pré-requisito para o desenvolvimento sustentável.

Na década passada, os líderes Africanos deram passos importantes para resolver, de uma forma abrangente e holística, os desafios da gestão de conflictos, prevenção e resolução no continente. Graças a estes esforços, o quadro está a melhorar. Temos menos conflitos hoje do que em qualquer momento desde meados da década de 1990, mas não podemos descansar, e eu não descansarei, até que se leve a paz a todos os cantos do nosso continente.

Os nossos líderes não têm reservas no seu compromisso para alcançar a paz. No entanto, a busca da paz não é um reduto de políticos, governos nacionais e organizações internacionais apenas. A paz deve ser promovida através de parcerias inovadoras e inclusivas a todos os níveis. Somente quando todas as mulheres e homens, a sociedade civil e o sector privado juntam as mãos com os governos e as instituições internacionais é que a paz permanente será uma realidade.

O desafio de alcançar a paz, segurança e estabilidade em todo o continente Africano é claro e leva muitos anos. No entanto, o Ano da Paz e Segurança, e o Dia da Paz em particular, oferecem uma oportunidade sem precedente para os governos Africanos, os cidadãos e instituições, em parceria com a comunidade internacional, de se unirem e trabalharem para um objectivo comum - A PAZ.

O Dia da Paz oferece-nos a possibilidade de fazer um balanço e celebrar as nossas duras conquistas, para estimar a paz que temos e para honrar e comemorar aqueles que se têm dedicado a resolver os conflictos e a restabelecer a segurança no nosso continente - os diplomatas, os guardiões da paz, as agências humanitárias, as empresas e indíviduos comuns. Todos nós temos um papel a desempenhar e uma contribuição a fazer para acabar com os conflictos e manter a paz.

O Dia da Paz é, portanto, uma oportunidade para todos nós - quem quer que sejamos ou onde quer que estejamos - de fazer algo para avançar e celebrar a paz nos nossos locais de trabalho, nas nossas casas, nas nossas comunidades, nos nossos países e no nosso continente. Cada um de nós tem o dever de fazer a paz acontecer.

Que cada um de nós faça hoje alguma coisa para a paz acontecer - faça alguma coisa para convencer os que estão em guerra, que os nosso compromisso com a paz não podem ser revertidos, para fazê-los entender que não vamos parar até que as armas sejam permanentemente silenciadas, até que os campos de refugiados sejam esvaziado pelas pessoas que voltam para casa, e até que as salas de aula estejam cheias de crianças determinadas a aprender e a cumprir o seu potencial ilimitado.

Imploro a todos e a cada um de vocês que se abstenham da violência hoje para dar aos nossos filhos a esperança de um futuro melhor. Convido todos vocês a fazerem alguma coisa para a paz acontecer.